O Coletivo Nacional de Mulheres da Central Única dos Trabalhadores (CUT) realizou o primeiro dos dois dias de reuniões para discutir estratégias de luta contra os retrocessos trabalhistas e sociais do governo interino de Michel Temer. O encontro, que ocorreu em São Paulo, reuniu presidentas estaduais, secretárias e assessoras que atuam com a questão de gênero na central.
Também presente no evento, a ex-ministra de Políticas para as Mulheres do governo Dilma, Eleonora Menicucci, que teve a pasta extinta pelo governo interino, lembrou as conquistas dos últimos anos como a Lei Maria da Penha, o Disque 180 para denúncia de violência, e o atendimento a mulheres vítimas de estupradas.
Incorporada ao ministério da Justiça, a ex-ministra diz que o órgão responsável pelas políticas de promoção dos direitos das mulheres virou um "puxadinho" do ministério da Justiça. "É como se a violência contra as mulheres fosse uma questão única e exclusivamente de polícia, e não de acolhimento, de prevenção, de atendimento, enfim, de toda uma proposta integral", criticou a ex-ministra Eleonora, em entrevista à repórter Michelle Gomes, para o Seu Jornal, da TVT.
As sindicalistas também debateram as medidas econômicas que tiram direitos das trabalhadoras. Segundo estudo apresentado pela economista Marilene Teixeira, a reforma da Previdência apresentada pelo governo temer, que iguala em 65 anos a idade mínima para aposentadoria de homens e mulheres, terá um impacto nefasto para elas.
Para as mulheres da CUT, a volta da presidenta Dilma é questão de honra: "A mulher mais importante do nosso país é atacada por machista, homofóbicos, homens brancos e ricos que detêm o poder no nosso país. Isso é grave e nós vamos continuar construindo um caminho, que é o caminho da democracia", conclamou a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.