O combate à reforma trabalhista anunciada pelo interino Michel Temer, que defende o negociado sobre o legislado e a terceirização, é um dos pontos que une as seis principais centrais brasileiras de trabalhadores. Nesta terça-feira (26), às 11h, as entidades aprovam em São Paulo, em plenária nacional, o documento Assembleia Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras por Emprego e Garantia de Direitos e uma agenda de atos nacionais com sinalização para se iniciar em 16 de agosto. As informações foram repassadas pelo coordenador de Relações Sindicais do Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), José Silvestre. O órgão apoia as centrais na organização da atividade desta terça.
O evento é realizado pela Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Nova Central Sindical de Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Força Sindical. Nesta terça, os presidentes das entidades concederão uma entrevista coletiva, a partir das 9h30, no espaço Hakka, rua São Joaquim, 460, no centro de São Paulo. Após a coletiva, as 11h, acontecerá o ato político de leitura do documento das centrais.
Contra o desemprego e em defesa dos direitos De acordo com Silvestre, o documento que será lido na plenária nacional aborda três temas principais: Desemprego, reforma da previdência e flexibilização das relações de trabalho. “É focado na luta contra o desemprego e reivindica medidas do governo para gerar emprego, fazer com que a economia volte a crescer. Aborda garantia dos direitos, sistema previdenciário e negociado sobre o legislado” informou Silvestre.
CLT deve regular as relações de trabalho
O novo projeto de Temer para reconstruir o Brasil depende das reformas da Previdência e trabalhista nos moldes dos patrões. É um Ponte para o Futuro aprofundado com ações e medidas preparadas para o pós-impeachment. A repercussão tem sido negativa entre os trabalhadores. Declarações do ministro do Trabalho, na quarta-feira (21), de que a reforma do governo vai privilegiar as negociações coletivas, provocou nota assinada pela seis centrais dizendo que “A CLT deve ser mantida como o padrão mínimo da regulação das relações de trabalho”.
“A ampliação das negociações, assim como a prevalência do “negociado sobre o legislado” não deve substituir a CLT e nem possibilitar a redução de direitos e a diminuição da qualidade de vida dos trabalhadores”, esclareceu o texto da nota.